Nos últimos dias, um tema sério ganhou os holofotes do Brasil, e não foi por meio de uma coletiva de imprensa ou de um pronunciamento político. Foi por causa de um vídeo no YouTube.
O humorista e criador de conteúdo Felipe Bressanim , mais conhecido como Felca, publicou um vídeo de quase 50 minutos denunciando a adultização e a exploração sexual de crianças e adolescentes em plataformas digitais. A repercussão foi imediata. Em menos de sete dias, a publicação ultrapassou os 40 milhões de visualizações, virou assunto em grupos de WhatsApp, conversas de trabalho, rodas de amigos e, principalmente, pautou uma mobilização nacional.
De acordo com o Ministério Público, em estados como São Paulo, as denúncias de crimes ligados à pedofilia dobraram em dois dias. Em âmbito nacional, órgãos como tribunais estaduais, comissões de direitos humanos e até o Congresso passaram a tratar o tema como urgente.
E, de fato, ele é.
De Vídeo A Projeto De Lei
A pressão popular foi tanta que o assunto chegou com força à Câmara dos Deputados. No dia 20 de agosto, após intensa mobilização social, foi aprovado um projeto que trata especificamente da adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais. A proposta estabelece diretrizes para identificar, prevenir e responsabilizar práticas de exposição inadequada de menores, inclusive com punições para plataformas que permitirem esse tipo de conteúdo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que o tema é urgente e precisa ser tratado como prioridade nacional. Mas, como tudo no Brasil, o debate também se tornou um ponto de divisão política:
De um lado, parlamentares da base do governo e partidos de esquerda veem na aprovação do projeto uma oportunidade para regular as plataformas digitais e criar mecanismos de proteção mais rígidos.
Do outro, políticos de oposição alertam para o risco de que essas medidas sejam usadas como “cavalo de troia” para a regulamentação das redes sociais, o que, segundo eles, poderia abrir espaço para uma “censura disfarçada”.
Enquanto isso, nas redes, a discussão continua quente.
E no meio de tanta polarização, uma pergunta permanece: como proteger crianças e adolescentes em um mundo digital que cresce mais rápido do que a legislação consegue acompanhar?
O Papel Das Universidades Nesse Debate
É aqui que o universo acadêmico, especialmente os cursos de Direito e Psicologia, precisa entrar em cena com profundidade e compromisso.
Na FUMEC, temas como direitos da criança e do adolescente, responsabilidade civil das plataformas digitais, liberdade de expressão, psicologia do desenvolvimento e saúde mental na infância são constantemente debatidos em sala de aula e em projetos de extensão. E mais do que entender os conceitos, nossos alunos são incentivados a refletir sobre o impacto real dessas questões na vida das pessoas.
No curso de Direito, o caso Felca abre espaço para discussões como:
- A responsabilidade das plataformas por conteúdos ilícitos;
- A aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no ambiente digital;
- Os limites entre liberdade de expressão e proteção integral de menores;
- A viabilidade de uma regulação das redes sociais que preserve direitos fundamentais.
Já na Psicologia, o tema provoca reflexões essenciais:
- Quais os efeitos da exposição precoce à sexualização e à pressão estética nas redes?
- Como lidar com os traumas e impactos emocionais gerados por essa adultização?
- Que estratégias de acolhimento, prevenção e conscientização podem ser adotadas nas famílias, nas escolas e nos ambientes digitais?
São temas que exigem um olhar crítico, embasamento científico e, principalmente, empatia. Três pilares que fazem parte do dia a dia da formação acadêmica na FUMEC.
Formar Para Transformar
A denúncia feita por Felca não é apenas um marco da força das redes sociais como agentes de transformação. Ela também escancara o quanto o Brasil ainda precisa avançar na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. Ao mesmo tempo, revela uma nova realidade: os grandes debates do nosso tempo não nascem mais apenas nos parlamentos ou nos jornais, eles começam nos vídeos, nos podcasts, nos grupos e nas timelines.
E é justamente por isso que universidades como a FUMEC têm um papel tão essencial: formar profissionais capazes de compreender a complexidade do mundo contemporâneo e, a partir disso, agir com ética, responsabilidade e senso de justiça.
Seja no tribunal, no consultório, na escola ou em qualquer espaço de atuação, nossos alunos aprendem que conhecimento é ferramenta de transformação. E que o futuro não é apenas sobre tecnologia, é sobre humanidade.
Quando A Indignação Vira Oportunidade De Mudança
A mobilização causada pelo vídeo de Felca prova que a sociedade está atenta e disposta a agir. E que, mesmo em tempos de polarização, há temas que precisam ser tratados com seriedade, união e compromisso.
Na FUMEC, acreditamos que cada estudante é um agente de mudança em potencial. E que é nas salas de aula, nos grupos de pesquisa, nos estágios e nas vivências acadêmicas que se forma uma nova geração de profissionais prontos para lidar com os desafios éticos, jurídicos e psicológicos do nosso tempo.
Se você acredita que a educação é o primeiro passo para transformar realidades, a FUMEC é o seu lugar. Porque aqui, além de aprender, você é convidado a pensar, questionar, propor e construir.
O mundo precisa de mentes críticas. E nós estamos aqui para formá-las.
