MEDO, PERCEPÇÃO DE RISCO E USO DE PRESERVATIVOS

Autores

  • Ricardo Teixeira Veiga Universidade Federal de Minas Gerais
  • Agnaldo Higuchi Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
  • Cátia Fabíola Parreira de Avelar Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.21714/pretexto.v19i4.5945

Palavras-chave:

Comportamento do consumidor, Resposta ao medo, Amabilidade, AIDS, Uso de preservativo, Programas de Saúde Pública

Resumo

O aumento do número de pessoas infectadas com o vírus HIV em muitas regiões brasileiras entre 2006 e 2016 mostra que houve uma redução nos comportamentos de prevenção da Aids. A fim de apoiar futuras campanhas de saúde, este trabalho teve como objetivo examinar a efetividade da manipulação do medo em uma propaganda e a importância do traço de personalidade Amabilidade na avaliação do risco de fazer sexo sem usar preservativo. Assim, realizamos um quase-experimento com universitários de duas universidades brasileiras (N = 92), aleatoriamente divididos em dois grupos, submetidos a duas versões diferentes de um anúncio impresso, composto por uma mensagem escrita informando a taxa de infecção por HIV / Aids em todo o mundo, seguida ou não por duas imagens de pessoas com Aids, uma delas mostrando um paciente terminal. O nível do medo evocado, o risco percebido e o traço de Amabilidade do sujeito experimental foram medidos. Uma análise ANCOVA mostrou que o anúncio mais emocional (aquele com imagens) provocou mais medo nos entrevistados. Além disso, foi detectado um efeito estatisticamente significativo do medo na percepção de risco. No entanto, não houve relação entre Amabilidade e risco percebido.

Biografia do Autor

Ricardo Teixeira Veiga, Universidade Federal de Minas Gerais

Professor titular da Faculdade de Ciências Ecônomicas da Universidade Federal de Minas Gerais FACE/UFMG

Agnaldo Higuchi, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Professor adjunto da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Cátia Fabíola Parreira de Avelar, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda pelo Centro de Pós Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais - CEPEAD/UFMG

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Publicado

02/12/18