QUANTITATIVA OU QUALITATIVA? UM ALINHAMENTO ENTRE PESQUISA, PESQUISADOR E ACHADOS EM PESQUISAS SOCIAIS

Autores

  • Luciano Ferreira da Silva Uninove / Docente
  • Rosária de Fátima Segger Macri Russo UNINOVE / Docente
  • Paulo Sergio Gonçalves de Oliveira Anhembi Morumbi / Docente

DOI:

https://doi.org/10.21714/pretexto.v19i4.5647

Palavras-chave:

Ontologia, Epistemologia, Pesquisa, Metodologia

Resumo

O presente artigo teórico conceitual teve como objetivo refletir a respeito de uma relação coerente entre paradigma, métodos e achados de uma pesquisa. Esse artigo se propõe a fomentar o debate com pesquisadores, além de editores e revisores de revistas acadêmicas. A discussão aqui apresentada segue de forma heurística um debate com base em obras que tratam principalmente sobre pesquisas na área das ciências sociais tendo como foco a área de administração. O problema aqui evidenciado é o de o pesquisador adotar primeiramente como posicionamento de sua pesquisa uma abordagem metodológica. Destaca-se que o erro está em defender pura e simplesmente uma estratégia metodológica como se essa fosse o paradigma de pesquisa. Assim, um alinhamento natural seria estabelecer uma relação do paradigma de pesquisa para uma problemática, e dessa para uma estratégia metodológica. Espera-se com a discussão aqui apresentada contribuir com o conhecimento que será construído com base em uma tríplice perspectiva que permita a quem observa determinado fenômeno se posicionar. Assim, a visão de mundo do pesquisador o estimula a problematizar a realidade que o cerca, sendo que isso pode ser feito por uma lente que o coloque como observador e sujeito que integra sua subjetividade a análise, ou ainda como observador afastado do fenômeno de pesquisa de forma objetiva. Essa relação muda a compreensão e o tipo de observação que se dará sobre um fenômeno, o que impactará diretamente nos resultados de uma pesquisa.

Biografia do Autor

Luciano Ferreira da Silva, Uninove / Docente

Docente e pesquisador no Mestrado Profissional em Administração - Gestão de Projetos na Universidade Nove de Julho - UNINOVE.

Rosária de Fátima Segger Macri Russo, UNINOVE / Docente

Docente e pesquisadora no Mestrado Profissional em Administração - Gestão de Projetos na Universidade Nove de Julho - UNINOVE.

Paulo Sergio Gonçalves de Oliveira, Anhembi Morumbi / Docente

Docente e pesquisador no Mestrado Profissional em Gestão de Alimentos e Bebidas da Universidade Anhembi Morumbi.

Referências

ALLISON, Graham Tillett. Essence of decision: Explaining the Cuban missile crisis. Boston: Little, Brown, 1971.

BARDlN, Lawrence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições, 70, 2009.

BERNI, Duilio de Avila; FERNANDEZ, Brena Paula Magno. Métodos e técnicas de pesquisa–modelando as ciências empresariais. São Paulo: Saraiva, 2012.

CRESWELL, John W.; MILLER, Dana L. Determining validity in qualitative inquiry. Theory into practice, v. 39, n. 3, p. 124-130, 2000.

CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed, 2010.

DENZIN, Norman K; LINCOLN, Yvonna S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006.

FALASTER, Christian; FERREIRA, Manuel Portugal; CANELA, Renata. Motivos de rejeição dos artigos nos periódicos de Administração. Organizações & Sociedade, v. 23, n. 77, p. 285-306, 2016.

FIRESTONE, William A. Alternative arguments for generalizing from data as applied to qualitative research. Educational researcher, v. 22, n. 4, p. 16-23, 1993.

GODOI, Christiane Kleinübing; BANDEIRA-DE-MELLO, Rodrigo; SILVA, AB da. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2010.

GRAY, David E. Pesquisa no mundo real. Porto alegre: Penso Editora, 2012.

GUBA, Egon G.; LINCOLN, Yvonna S. Competing paradigms in qualitative research. In DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (Eds.), Handbook of qualitative research (pp. 105-117). Thousand Oaks, CA: Sage, 1994

GUERRA, Mariana; GOMES, Adalmir de Oliveira; SILVA FILHO, Antônio Isidro da. Case study in public administration: a critical review of Brazilian scientific production. Revista de Administração Contemporânea, v. 19, n. 2, p. 270-289, 2015.

GUEST, Greg; BUNCE, Arwen; JOHNSON, Laura. How many interviews are enough? An experiment with data saturation and variability. Field methods, v. 18, n. 1, p. 59-82, 2006.

KING, Gary. How not to lie with statistics: Avoiding common mistakes in quantitative political science. American Journal of Political Science, v. 30, n. 3, p. 666-687, 1986.

KIRK, Jerome; MILLER, Marc L. Reliability and validity in qualitative research. Thousand Oaks: Sage Publications, 1986.

KITCHEL, David. A real and monetary analysis of capitalism. Journal of Evolutionary Economics, v. 26, n. 2, p. 443-464, 2016.

LINCOLN, Yvonna S.; GUBA, Egon G. Naturalistic inquiry. Thousand Oaks, CA: Sage, 1985.

MASON, Mark. Sample size and saturation in PhD studies using qualitative interviews. In: Forum qualitative Sozialforschung/Forum: qualitative social research, v. 11, n. 3, 2010.

Minayo, MC De Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

MARSHALL, Catherine; ROSSMAN, Gretchen B. Designing qualitative research. 4 Ed. Thousand Oaks: Sage publications, 2006.

MORGAN, Gareth. Paradigms, metaphors, and puzzle solving in organization theory. Administrative science quarterly, p. 605-622, 1980.

MORIN, Edgard. O método: 1 – A natureza da natureza. 2º ed. Sintra: Publicações Europa-América, 1977.

MORIN, Edgar. A via. São Paulo: Bertrand, 2013.

NASTASI, Bonnie K.; SCHENSUL, Stephen L. Contributions of qualitative research to the validity of intervention research. Journal of School Psychology, v. 43, n. 3, p. 177-195, 2005.

ÖSTLUND, Ulrika et al. Combining qualitative and quantitative research within mixed method research designs: a methodological review. International journal of nursing studies, v. 48, n. 3, p. 369-383, 2011.

POLIT, Denise F.; BECK, Cheryl Tatano. Generalization in quantitative and qualitative research: Myths and strategies. International journal of nursing studies, v. 47, n. 11, p. 1451-1458, 2010.

RICH, Michael; GINSBURG, Kenneth R. The reason and rhyme of qualitative research: why, when, and how to use qualitative methods in the study of adolescent health. Journal of Adolescent health, v. 25, n. 6, p. 371-378, 1999.

RINGLE, Christian M.; DA SILVA, Dirceu; BIDO, Diógenes de Souza. Modelagem de equações estruturais com utilização do SmartPLS. REMark, v. 13, n. 2, p. 54, 2014.

SANDELOWSKI, Margarete. Combining qualitative and quantitative sampling, data collection, and analysis techniques in mixed‐method studies. Research in nursing & health, v. 23, n. 3, p. 246-255, 2000.

SAUERBRONN, João Felipe Rammelt; AYROSA, Eduardo André Teixeira. Concerning convergence and the methodological practice of interpretive interactionism in academic marketing research. Revista de Administração Contemporânea, v. 14, n. 5, p. 854-870, 2010.

SILVERMAN, David. Interpretação de dados qualitativos: métodos para análise de entrevistas, textos e interações. São Paulo: Bookman, 2009.

SWEENEY, Dennis J.; WILLIAMS, Thomas A.; ANDERSON, David R. Estatística aplicada à administração e economia. São Paulo: CENGAGE Learning, 2013.

STARK, Oded; JAKUBEK, Marcin; KOBUS, Martyna. A bitter choice turned sweet: How acknowledging individuals’ concern at having a low relative income serves to align utilitarianism and egalitarianism. Journal of Evolutionary Economics, v. 25, n. 3, p. 541-557, 2015.

TEIXEIRA, Juliana Cristina; NASCIMENTO, Marco César Ribeiro; CARRIERI, Alexandre de Pádua. Triangulação entre métodos na administração: gerando conversações paradigmáticas ou meras validações" convergentes"? Revista de Administração Pública-RAP, v. 46, n. 1, 2012.

TROTTER, Robert T. Qualitative research sample design and sample size: Resolving and unresolved issues and inferential imperatives. Preventive medicine, v. 55, n. 5, p. 398-400, 2012.

VERGARA, Sylvia Constant; CALDAS, Miguel Pinto. Paradigma interpretacionista: a busca da superação do objetivismo funcionalista nos anos 1980 e 1990. RAE-revista de administração de empresas, v. 45, n. 4, p. 66-72, 2005.

WESTERMAN, Michael A. What counts as “good” quantitative research and what can we say about when to use quantitative and/or qualitative methods? New ideas in psychology, v. 24, n. 3, p. 263-274, 2006.

WESTERMAN, Michael A. Conversation analysis and interpretive quantitative research on psychotherapy process and problematic interpersonal behavior. Theory & Psychology, v. 21, n. 2, p. 155-178, 2011.

YANCHAR, Stephen C. Beyond the qualitative–quantitative divide: How to proceed? New Ideas in Psychology, v. 24, n. 3, p. 275-281, 2006.

YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. São Paulo: Bookman, 2008.

Downloads

Publicado

02/12/18