Narrativas antropofágicas: repercussões entre o gospel e o secular em Baby do Brasil

Autores

Palavras-chave:

Comunicação e cultura, Narrativas midiáticas, Antropofagia, Gospel e Secular, Jornalismo

Resumo

Neste artigo, buscamos compreender de que modo a poética antropofágica promovida por Baby do Brasil ao mesclar elementos culturais díspares – considerados sagrados e profanos – é apreendida nas narrativas jornalísticas de dois segmentos: o da imprensa especializada no universo da cultura gospel; e o da imprensa denominada secular, por não se pautar especificamente por nenhuma religião. Para tanto, utilizamos a análise de conteúdo (BARDIN, 2011), com base teórica em Oswald de Andrade, Magali Cunha, Muniz Sodré, entre outros. Indicamos como rara a apreensão da mistura realizada por Baby do Brasil, pois que demanda a compreensão – possível somente na abertura ao diferente por meio da aceitação de sua complexidade (MARTINO, 2014) – não somente das culturas que se imbricam, mas também do próprio processo antropofágico.

Biografia do Autor

Isabella Pichiguelli, Universidade de Sorocaba

Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Narrativas Midiáticas (NAMI/Uniso/CNPq). Mestra em Comunicação e Cultura pela Universidade de Sorocaba e graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo (Universidade de Sorocaba). E-mail: isabellareisps@gmail.com

Míriam Cristina Carlos Silva, Universidade de Sorocaba

Professora pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade de Sorocaba (PPGCOM Uniso). Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Orientadora deste trabalho. E-mail: miriam.silva@prof.uniso.br.

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Publicado

26/08/19