Paradoxos de uma estética digital

Autores

  • Claudio Henrique Brant Campos PUC-SP

Palavras-chave:

audiovisual – estética – imagens técnicas – vanguarda

Resumo

Este artigo discute o tema de uma estética para o início do século 21, a partir de conceitos sobre a produção audiovisual nos dias atuais. O termo audiovisual, sob a releitura do pensador Vilém Flusser, significa mútua superação de ‘imagem’ e ‘música’ tradicionalmente concebidos, ganhando, ambos, o status informacional de imagem técnica. Partindo da constatação, em demais autores, da aproximação dessa imagem com a própria sintaxe musical, devido a sua inclusão no universo da duração temporal, perguntamos quais itens de uma estética poderiam ser anotados a partir dessa imagem. Nosso objetivo é compará-los com elementos de uma estética do século 20 –  principalmente a segunda metade –, os quais o compositor e esteta Hans Joaquim Koellreutter nomeia uma estética relativista do impreciso e do paradoxal. Tomamos a sua teorização como referência, para argumentar como as produções audiovisuais de hoje reverberariam questões das músicas e das artes das vanguardas. Justificamos para este fenômeno a ascensão das estéticas da quantidade, no sentido de complexos culturais formados no (re)encontro de variadas tendências, forjadas em sociedades de massas. Por isto, explicitamos a rede que fundamenta a estética relativista, nas suas afinidades com a Cibernética e a Teoria da informação (teorias propriamente da quantidade e da Estatística), com a Fenomenologia, a física quântica, o misticismo budista e a Semiótica.

Biografia do Autor

Claudio Henrique Brant Campos, PUC-SP

Graduado em Letras (UFMG); Especialização e Mestrado em Letras (PUC-Rio; Doutorado em Comunicação e semiótica (PUC-SP).

Referências

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Publicado

12/12/16