Subjetividades em cena no jornalismo biográfico de José Castello

Autores

  • Marta Regina Maia Universidade Federal de Ouro Preto
  • Thales Vilela Lelo Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

Biografias, jornalismo, sujeito, subjetividade

Resumo

Este artigo pretende discutir as possibilidades que se abrem para a produção de biografias escritas por jornalistas na contemporaneidade. Será feito um retrospecto conceitual sobre alguns traços que configuram o sujeito na atualidade, assim como as perspectivas de ruptura com um dos cânones jornalísticos: a noção de transmissibilidade impessoal. Esta norma de conduta profissional é ancorada na noção da linguagem como código, sendo o jornalista um mero transmissor dos acontecimentos. Como o processo de construção biográfica envolve muitos aspectos, inclusive relações entre espaço e tempo e entre narrativa e memória, este trabalho tem como proposta metodológica a análise de conteúdo sobre a presença autoral do biógrafo-jornalista na construção da obra, com enfoque na narrativa empreendida pelo jornalista e crítico literário José Castello, a partir de sua obra “João Cabral de Melo Neto: O homem sem alma. Diário de tudo” (2006).

Biografia do Autor

Marta Regina Maia, Universidade Federal de Ouro Preto

Professora Adjunta II do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP. Doutora em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, com graduação em Jornalismo pela PUC Campinas e em História pela Unicamp. Líder do Grupo de Pesquisa “Linguagem, Narrativas, Processos Jornalísticos e Culturais” (CNPq).

Thales Vilela Lelo, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestrando em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na linha “Processos Comunicativos e Práticas Sociais”. Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Integrante do Grupo de Pesquisa “Linguagem, Narrativas, Processos Jornalísticos e Culturais” (CNPq).

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Publicado

19/06/13